novembro 8, 2009

"1989 o ano que mudou o mundo"…

Posted in Comentários Blogs amigos, Meus textos, Meus textos; Economia às 11:49 pm por espacointuicao

Por Joandre Oliveira Melo

Há algum tempo atrás escrevi um texto baseado em um artigo da Folha de S. Paulo sobre a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O texto apresentava uma breve consideração sobre o que eu pensava sobre a queda de um pseudo-socialismo, se me permitem. Considero que na Rússia nunca foi implantado realmente o socialismo pregado por Marx. Ainda penso que deveriamos debruçar-nos sobre a obra do grande filósofo para fazermos uma (re)leitura do sentido filosófico de socialismo para Marx.

Amanhã, no entanto, comemoramos os vinte anos da queda do muro de Berlim. Construído em 1961 para dividir as possessões Soviéticas das Ocidentais (EUA, Inglaterra, França). No lado leste (oriental) estabeleceu-se a República Democrática Alemã – RDA; instalou-se ali, um regime mais duro, uma moeda forte sustentada pela atual Rússia e o sistema político baseado no Socialismo. Do lado Oeste, portanto Ocidental, a República Federativa Alemã –
RFA (nunca consegui entender bem porque a Democrática era a Socialista). Essa dicotomia sustentou-se – utilizando-se da força do exército da RDA – até 1989, quando já desgastado, o Socialismo não mais pôde conter os conflitos e a essência do muro ruiu, literalmente. Estava aberta a “cortina de ferro” e alguns meses depois foi a vez do Socialismo e da União Soviética sucumbirem.

Certo do que aconteceu realmente, não estou, já li várias interpretações. Observo, porém que a queda da alternativa socialista e o cessar do conflito entre a dicotomia Capitalismo-Socialismo, deixou-nos à mercê das forças do mercado, corroborando para fortalecer a tese do liberalismo. Ocorre que, findo as tensões, os problemas não se resolveram, as crises do Capitalismo continuam – lembre-se da atual – e a diferença entre ricos e pobres só aumentou.

Em um mundo sem alternativas e com a esquerda destroçada, não temos outra alternativa a não ser rendermos ao mercado. Será este o nosso fim, transformarmos em coisas errantes, com preços mensuráveis?

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(*) A foto acima e mais notícias sobre a queda do Muro de Berlim e do Socialismo, disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/murodeberlim/2009/11/05/queda+do+muro+anunciou+derrocada+da+uniao+sovietica+dizem+especialistas+9010072.html, 08/Nov/2009 22:19.

Biblioteca do Povo – Pará de Minas

Posted in Divulgação às 9:51 pm por espacointuicao

Conheça:

A Biblioteca do Povo – Pará de Minas

* inaugurada em 19 de agosto de 2009 *

A Biblioteca do Povo – Pará de Minas foi criada por iniciativa da UNIMED-Pará de Minas e Academia de Letras de Pará de Minas em parceria com a Safol-Móveis de Aços. Conta com o apoio das empresas que oferecem o espaço para as estantes de livros e da Secretaria Municipal de Cultura. Tem como objetivos:

– incentivar a leitura

– estimular as pessoas a cuidarem de bens da comunidade, neste caso, o livro.

A Biblioteca do Povo é para uso de todo leitor de Pará de Minas ou daquele que estiver de passagem pela cidade. As estantes com os livros ficam nos seguintes locais:

_ Casa de Carnes Qualy, na Av. Pres. Vargas, 164

_ Supermercado Panelão, na rua S. José, 377

_ Ascicred -agência bancária, na rua Benedito Valadares, 51

_ Hospital N. Sra. da Conceição, na rua do Cruzeiro, s/no

Em qualquer destes pontos, o leitor tem acesso a centenas de títulos, sem nenhum custo. Quem quiser ler um livro (ou revista) pode retirá-lo de uma das estantes localizadas nos pontos de apoio e levá-lo (a) para ler onde desejar.

Recomenda-se que cuide bem do objeto escolhido e, quando terminar a leitura, coloque-o em qualquer uma das estantes da Biblioteca do Povo. Caso goste muito da leitura e queira ficar com o livro retirado, pede-se que doe outro livro ou periódico, deixando-o em qualquer um dos pontos.

Todo cidadão desta terra pode ser um incentivador desta ação. Quem tiver livros em boas condições de uso, que apenas estejam ocupando espaço em suas estantes e quiser doá-los à Biblioteca do Povo – Pará de Minas, basta deixá-los em algum dos pontos citados acima.

Colabore.

A cultura de Pará de Minas agradece.

novembro 5, 2009

O Homem que medita é um animal depravado?

Posted in Artigos com introdução, Textos Livros às 12:57 am por espacointuicao

Em certo momento Rousseau afirmou, em seu discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre homens, que o homem que medita é um animal depravado. É um desterrado da sua natureza primeira, natureza pura a qual foi-lhe concedida pelo criador. Abaixo, excertos da obra para meditarmos sobre a afirmação de Rousseau.

(…) qual o motivo que poderia levar o outro a atendê-lo; ou, finalmente neste último caso, como poderiam estabelecer condições entre si. Sei que incessantemente nos repetem que nada teria sido tão miserável quanto o homem nesse estado.(…) Mas, se compreendo bem o termo “miserável”, é ele uma palavra sem sentido algum ou que só significa uma privação dolorosa e sofrimento do corpo ou da alma. Ora, desejaria que me explicassem qual poderia ser o gênero de miséria de um ser livre cujo coração está em paz e o corpo com saúde. Pergunto qual das duas – a vida civil ou a natural – é mais sucetível de tornar-se insuportável àqueles que a fruem. À nossa volta, vemos quase somente pessoas que se lamentam de sua existência, inúmeras até que dela se privam assim que podem, e o conjunto das leis divinas e humanas mal basta para deter essa desordem. Pergunto se algum dia se ouviu dizer que um selvagem [atente para a palavra “selvagem” aqui não está empregada no contexto correto, tal qual Rousseau deseja apresentar. Presume-se, assim que o selvagem já está a caminho da degeneração por possuir uma cultura. Portanto o “selvagem” deve ser entendido como “primitivo”] em liberdade pensou em lamentar-se da vida e em querer morrer. Que se julgue, pois, com menos orgulho de que lado está a verdadeira miséria. Pelo contrário, nada seria tão miserável quanto um selvagem ofuscado por luzes, atormentado por paixões e raciocinando sobre um estado diferente do seu. Deveu-se a uma providência bastante sábia o fato de as faculdades, que ele apenas possuía potencialmente, só poderem desenvolver-se nas ocasiões de se exercerem, a fim de que não se tornassem supérfluas e onerosas antes do tempo, nem tardias e inúteis ao aparecer a necessidade. O homem encontrava unicamente no instinto todo o necessário para viver no estado de natureza; numa razão cultivada só encontra aquilo de que necessita para viver em sociedade.
Parece, a princípio, que os homens nesse estado de natureza não havendo entre eles espécie alguma de relação moral ou de deveres comuns, não poderiam ser nem bons nem maus ou possuir vícios e virtudes. (…) Sem nos afastarmos do senso comum, é oportuno suspender o julgamento que poderíamos fazer de uma tal situação e desconfiar de nossos preconceitos até que, de balança na mão, se tenha examinado se há mais virtudes do que vícios entre os homens civilizados; ou se suas virtudes são mais proveitosas do que funestos seus vícios, ou se o progresso de seus conhecimentos constitui compensação suficiente dos males que se causam mutuamente à medida que se instruem sobre o bem que deveriam dispensar-se; ou se não estariam, na melhor das hipóteses, numa situação mais feliz não tendo nem mal a temer nem bem a esperar de ninguém, ao invés de ter-se submetido a uma dependência universal e obrigar-se a receber tudo daqueles que nada se obrigam a lhes dar. (ROUSSEAU. Coleção Os pensadores, 1999, pp. 74-75)

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Referências Bibliográficas.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Vol II. trad. Lourdes Santos Machado. Coleção Os pensadores. São Paulo: ed. Nova Cultural: 1999. pp. 74-75)

novembro 4, 2009

Morre Claude Levy-Strauss aos cem anos

Posted in Meus textos; Homenagem às 1:23 am por espacointuicao

Morre aos cem anos um dos mais importantes antropólogos do século XX.

(…)O antropólogo e filósofo franco-belga Claude Lévi-Strauss, tentou, ao longo de mais de 80 anos de vida profissional, jogar luz sobre a relação do ser humano com o seu ambiente e com seus pares, em obras essenciais para as ciências sociais, como Tristes trópicos, O cru e o cozido e a série Mitológicas. Um dos maiores pensadores do século 20, Lévi-Strauss morreu na madrugada de sábado para domingo, de ataque cardíaco, em seu apartamento em Paris. A notícia foi dada terça-feira pela editora Plon, 25 dias antes de seu aniversário de 101 anos. (…)

A integra da notícia acima está postada no Jornal do Brasil. É realmente uma grande perda para a comunidade científica e para o pensamento ocidental.

Há algum tempo atrás escrevi um pequeno post com algumas informações sobre o longévo escritor. Para ler novamente:

Un siècle avec Claude Lévy-Strauss